terça-feira, 31 de maio de 2011

Uma gota suja a mais para não completar

Não tenho dois pólos, minha vida que tem vários
Meus pólos estão aqui, acolá
Eles me puxam, geralmente pra baixo
Quando alguém me tenta, eu, geralmente, despenco
Quando alguém me alenta, eu engulo lágrimas com os dentes trancados

Reafirmo dizendo que serei feliz
Me afirmo dizendo que não posso mais

Não sei, só vou até onde der
Onde é que vai dar?

Os seios onde nunca mamei fartamente não secaram de saliva suja
Fujo do útero que me pariu
Fujo pra minha própria puta interna que vive me parindo
Nas esquinas, nos postes, debaixo de pouca luz
Todos os aqui. Aqui, acolá
Me aborto e me nasço
Já não sei se devo me olhar

Quem vou olhar?
Alguém para olhar?

Dedos, mãos me tocam

O quê me provoca não suporta meu porte de feto podre já de aproximadamente três ou quatro meses atrás...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Desabafo de minha fugacidade cinza

Não tenho coragem de abrir a boca e falar que sou, mas sim que estou.
Estar no mundo não é ser, é estar. O to be ou o être deveriam ser claramente separados como no bom português.
Acho que você não sentiu o que senti ao andar pelos corredores e escadas que dão na porta, foi mais um ciclo, entende? Acho que você não entende as pessoas, você acha que entende com tuas pré-fabricações extraídas de uma criação cremosa.
Cansei de você, és cansável. És extremamente, corretamente, cansável.
Estou (não sou) me buscando além dos pretextos de vida, me re-invento no empírico e cruel labuta quase obrigatória que é a vida. Estou certo? Estou errado? Apenas estou tentando.
Fujo, dentro do necessário, de pior, melhor, certo e errado. Encontro, dentro do necessário, o necessário em mim.
Preciso do eixo.
Preciso, por vezes, de pretextos.
Sou atrasado nas fases, perdão... estou!
Um dia não estarei, mas esse dia pode não estar futuramente presente.
Desabafo com motivo mas sem objetivo, só queria deixar claro pra mim mesmo nesse espelho, que é esse blog, que você me cansa.
Estou melhor. Hoje, agora, estou, e quase obrigatoriamente estou, fútil. Estou necessariamente humano, instintivamente nada.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Pré-sono diário

Tô perdido
Acho que fiquei em alguma fase, talvez a oral ou anal
Não sei, as coisas passam a um palmo, fico zonzo
Olá?
Alguém além dos chocolates?
Alguém além das paredes?
Escuto eco, escuto meu vazio