segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Meu amor não acredita no meu amor

Meu amor não acredita no meu amor
Vê coincidências e mede consequências
Dança com as sobrancelhas, me canta timbres tristes
Me vira pra lua, me faz ver minha insuficiência de fazer acreditar

O quê mais posso fazer? Eu paro enlouquecendo e ando pensando
A casa com suas fotografias espalhadas ainda está lacrada com grades e senhas codificadas
(Eu estou dentro dela)
Mas as janelas estão abertas, e eu suspiro olhando por elas
Suspiro pelos cantos, não mais idealizando, mas amando
Amando meu amor, esperando sem pudor
Esperando sem ansiedade, esperando nossa plena felicidade

Acredita no meu amor?
Acredita, por favor
Você me enlouquece e se diverte sem acreditar
Nas minhas cicatrizes que secam com o açúcar moderado que você me dá

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A mão que me balança

Queria ter uma mamãe e um papai com uma margarina lacrada e posta à mesa, como não tenho, me sinto privilegiado, me sinto dilacerado e por vezes não amado, por vezes amado demais
Muitos extremos e muitos meios-termos

Queria uma mão de concreto me segurando, falando que as pessoas são as mesmas e que eu fui o escolhido pra daqui pra frente. Que é tudo o mesmo e que nós seremos diferentes

O pó, a morte, os oito, nove, anos de apodrecimento após. É só isso. O que impede de fecharem as cortinas? O que impede um meteoro universal? O que nos impede de aproveitar o amor?

Me segura, me leva na tentativa vã da compreensão pela utopia da imensidão
Não há nada, há pó, há nós
Há o que a gente quiser, o que vier. O querer, wannabe...

Carne em putrefação e o conta gotas que desconhece o cansaço, aberto ao acaso