quarta-feira, 18 de maio de 2011

Desabafo de minha fugacidade cinza

Não tenho coragem de abrir a boca e falar que sou, mas sim que estou.
Estar no mundo não é ser, é estar. O to be ou o être deveriam ser claramente separados como no bom português.
Acho que você não sentiu o que senti ao andar pelos corredores e escadas que dão na porta, foi mais um ciclo, entende? Acho que você não entende as pessoas, você acha que entende com tuas pré-fabricações extraídas de uma criação cremosa.
Cansei de você, és cansável. És extremamente, corretamente, cansável.
Estou (não sou) me buscando além dos pretextos de vida, me re-invento no empírico e cruel labuta quase obrigatória que é a vida. Estou certo? Estou errado? Apenas estou tentando.
Fujo, dentro do necessário, de pior, melhor, certo e errado. Encontro, dentro do necessário, o necessário em mim.
Preciso do eixo.
Preciso, por vezes, de pretextos.
Sou atrasado nas fases, perdão... estou!
Um dia não estarei, mas esse dia pode não estar futuramente presente.
Desabafo com motivo mas sem objetivo, só queria deixar claro pra mim mesmo nesse espelho, que é esse blog, que você me cansa.
Estou melhor. Hoje, agora, estou, e quase obrigatoriamente estou, fútil. Estou necessariamente humano, instintivamente nada.

2 comentários:

  1. Viver é uma atividade que não é. Estamos vivendo. É tudo temporário, né? Somos nós quem pensamos que há algo definitivo. Estar fazendo, Estar querendo, Estar feliz, Estar sofrendo. Tudo é fugaz. Tudo!

    Amei o texto, baby!

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  2. Oi, Gabriel, vi seu status no facebook com o link para cá. Seu texto me inquietou e resolvi escrever algo a partir dele. Umas coisinhas:

    Ser é permanente; estar torna-se processo.

    "Sou" soa definitivo; "estou" sugere um presente, um antes e um depois, como o impulso de um passo, um movimento em trânsito.

    Nós, que nos permitimos humanos, compomos estados físicos, gasosos, químicos... e a cada pulsão, apresentamo-nos menos sólidos. Fluídos que mãos não agarram, nem mentes classificam.

    Lendo teu texto às 04:27 da matina, eu, que não sou tão próximo a você, vejo e revejo um condicionante dos nossos estados: o outro. Sempre ela ou ele a introjetar em nós: que somos e que sabem que somos. Nosso céu e inferno, derrota e glória: estar com e no outro. Por consolo: eles são muitos, contraditórios e fugazes, como nós.

    É só mudar o estado, passam eles, passamos nós.

    Os dias seguem, e nós com eles, entre dinâmicas e permanências.

    Que sejam bons! Eu, você, os outros e os dias.

    Abraaço grande,
    Gyl.

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