Tenho medo
Até o presente passado me sentia preenchido em minhas fronteiras fortemente delimitadas
Você quebrou com todas e agora não sei o que virá
Você diz que não vai me machucar
Você já me é tão assustadoramente presente
Continuamente rodando em minha memória
Nunca fui de confiar muito em mim mesmo
Tenho pânico
A novidade no peito faz com que meu verbo caia de lado às 17h30 sob o crepúsculo com teu sorriso límpido
Quem é você que vem sorrindo na minha direção?
Nunca fui acostumado com isso, na verdade
Essa novidade me faz visivelmente imaturo
Quem é você, na verdade?
Já há tantos você por aqui, tantos ecos que me cruzam em perpendicular
Quem você pensa que é me invadindo?
Meu pobre corpo dormente não consegue aguentar
Vou sucumbir a qualquer momento
Não quero minha antiga angústia disfarçada de paz
Não se assusta com o cheiro do meu medo, apenas tenta me compreender
E, por favor, não me deixa tão facilmente
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