sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Kolene para as pálpebras

Hipocrisia fina, translúcida, sutil. Imperceptível aos olhos, mas não o suficiente para minhas veias, dedos e todo o meu lado esquerdo. Das unhas aos meus cabelos secos de espera, blondor, kolene, o caralho. Secos de tudo, exceto de tragos de esperança, lentos, lentos...
Vão à puta que pariu, voltem e me olhem, quero ver a fragilidade indo embora. Quero ir
Já pode ser agora?
Já posso chegar?
Arrumaram minha cama?
Entre os meus dedos já existem alguns calos significativos
Não precisa falar nada, absolutamente nada
Sinto como se também não precisasse, mas tudo bem, eu falo mesmo assim

Isso poderia acabar aqui, mas quero deixar uma coisa clara para mim
Em algum lugar da noite está você, tão tolo, tão embriagado de nada, tão vazio de tudo
Tão tolo, tão lindo
Falta um minuto para as três
Vou dormir no horário dos portais, me entrego
Já não quero o teu portal
Já não quero

São três em ponto, e você está, certamente, tão tolo quanto eu
Vou dormir

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